Enquanto aqui, embaixo, os fãs e
admiradores de Dominguinhos lamentam sua partida; no céu, ele chega com
pompa e festa de gente muito importante.
Não é São Pedro quem o recebe na
porta, mas o mestre, Luiz Gonzaga: “Ê, cabra... tu por aqui!? Se aprochega...! A
gente tava mermo precisano de um a mais pra apertar esse fole”. O rei do baião trata
logo de lhe emprestar uma sanfona, e um dos bom celestial microfone, pra cantar
bem alto; pois lá, como Deus, tudo é grande.
Os anjo larga as harpa. Antônio
Conselheiro, de alegria, dá um grito adiante. Virgulino pega a Bonita pra um
arrocho no xaxado. Pade Ciço, festeiro, esquece a missa, levanta a batina e arrasta
a percata, dançante... Jesus, de chapéu de palha e bigode, tira Maria Madalena prum
xote. E Maria, sua mãe, e Deus, aplaudem..!
Agora, no céu, o São João nunca que
para. O santo dono da festa ta todo embestado... É fogueira sempre acesa. Quadrilha
de querubim e arcanjo. E as nuvem, celeste... de bandeirola tudo enfeitada. Quando
Assum Preto, cansado, repousa o canto. O Sabiá recém-chegado, mais alto, retoma o mote...